sábado, 30 de abril de 2016

Revolução Farroupilha




Ilustração - Garibaldi no Brasil

A Revolução Farroupilha, também é chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico ( 1835 - 1845), eclodiu no Rio Grande do Sul e configurou-se, na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos e foi liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.

Causas


O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu. 
A partir de 1821 o governo central passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, etc. 
No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque gaúcho a incentivos para a importação do importado do Prata. 
Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto. Além do mais, se as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.
A revolta
Em 20 de setembro de 1835, os rebeldes tomam Porto Alegre, obrigando o presidente da província, Fernandes Braga, a fugir para Rio Grande. Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo o vice, Marciano Ribeiro. O governo imperial nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas (o principal objetivo da revolta era a nomeação de um presidente que defendesse os interesses rio-grandenses), e estes decidiram prorrogar o mandato de Marciano Ribeiro até 9 de dezembro. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os farroupilha
Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como Osório. Em 3 de março de 36, o governo ordena a transferência das repartições para Rio Grande: é o sinal da ruptura. Em represália, os farroupilhas prendem em Pelotas o conceituado major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão Presiganga, ancorado no Guaíba.

Os imperiais passaram a planejar a retomada de Porto Alegre, o que ocorreu em 15 de julho. O tenente Henrique Mosye, preso no 8º BC, em Porto Alegre, subornou a guarda e libertou 30 soldados. Este grupo tomou importantes pontos da cidade e libertou Marques de Souza e outros oficiais presos no Presiganga. Marciano Ribeiro foi preso e em seu lugar foi posto o marechal João de Deus Menna Barreto. Bento Gonçalves tentou reconquistar a cidade duas semanas depois, mas foi batido. Entre 1836 e 1840 Porto Alegre sofreu 1.283 dias de sítio, mas nunca mais os farrapos conseguiriam tomá-la.

Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé. Empolgados pela grande vitória, os chefes farrapos no local decidiram, em virtude do impasse político em que o conflito havia chegado, pela proclamação da República Rio-Grandense. O movimento deixava de ter um caráter corretivo e passava ao nível separatista.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Anita Garibaldi


Anita Garibaldi

Anita Garibaldi nasceu em Laguna, Santa Catarina, no dia 30 de agosto de 1821. De família portuguesa, veio dos Açores para Santa Catarina. Filha de Maria Antônia de Jesus e Bento da Silva, modesto comerciante da cidade de Lages.
Anita Garibaldi, com a morte de seu pai, foi obrigada a casar com o sapateiro Manuel Duarte de Aguiar. No dia 30 de agosto de 1835, com apenas 14 anos, casa-se na Igreja Matriz de Santo Antônio dos Anjos. O casamento durou apenas três anos, o marido se alistou no exército imperial e Anita voltou para casa de sua mãe.
Em 1835, desembarca no Rio de Janeiro, o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi. Nesse mesmo ano participa da Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), onde conheceu Anita Ribeiro da Silva, que também lutava na revolução. Anita, já unida a Garibaldi, participou ativamente do combate em Imbituba, Santa Catarina e da batalha de Laguna onde carregou e disparou um canhão.
Durante a Batalha de Curitibanos, Anita foi capturada pelas tropas do Império. Grávida de seu primeiro filho, foi informada que seu marido havia morrido. Inconformada, conseguiu fugir a cavalo e saiu a sua procura, localizando o marido na cidade de Vacaria. No dia 16 de setembro de 1840 nasce seu filho Domênico Menotti. O casal teve mais dois filhos, Teresita e Ricciott. Em 1842 casam-se na paróquia de San Bernardino. No mesmo ano eclodiu a guerra contra a Argentina, onde Garibaldi comandou a frota uruguaia.
Em 1847, Anita acompanha o marido, que volta para Itália, levando seus três filhos. Giuseppe permanece em Roma onde realizavam-se as primeiras manifestações públicas que resultariam nas lutas pela unidade e independência da Itália. Anita e seus filhos seguem para Nice, na França. Depois de vários combates, Garibaldi viaja para Nice, onde encontra-se com Anita, seus filhos e sua mãe.
Em 1849, Garibaldi e Anita seguem para os combates em Roma, mas são perseguidos e durante a fuga, próximo a província de Ravenna, Anita é acometida por febre tifoide e não resiste.
Anita Maria de Jesus Ribeiro morre no dia 04 de agosto de 1849. Em Roma, na colina de Gianicolo, foi erguido um monumento equestre, onde está enterrado seu corpo.

Bento Gonçalves




Bento Gonçalves

Bento Gonçalves da Silva nasceu em Triunfo, em 1788, filho de alferes. Cedo, porém, saiu de sua terra. Em 1812 foi para Serro Largo, na Banda Oriental (Uruguai), onde se estabeleceu com uma casa de negócios. Dois anos depois estava casado, com Caetana Joana Francisca Garcia. Algumas versões afirmam que, em 1811, antes de se fixar na Banda Oriental, participou do exército pacificador de D. Diego de Souza, que atuou naquela região. Essa informação, entretanto, é discutida.
Mas, se não foi em 1811, em 1818 com certeza começou a sua atuação militar, quando participou da campanha do Uruguai (que culminaria com a anexação formal daquele país ao Brasil, em 1821, como Província Cisplatina). Aos poucos, devido à sua habilidade militar, ascendeu de posto, chegando a coronel em 1828, quando foi nomeado comandante do Quarto Regimento de Cavalaria de 1a. linha, estabelecido em Jaguarão. Passou a exercer também os postos de comandante da fronteira e da Guarda Nacional naquela região.
Provavelmente já era maçom nessa época, pois consta que organizou várias lojas maçônicas em cidades da fronteira. É certo, contudo, que sua influência política já era grande, pois o posto de comandante da Guarda Nacional era um cargo eminentemente político.

Em 1832 Bento foi indicado para um dos postos de maior influência que havia na província, o de comandante da Guarda Nacional do Rio Grande do Sul. Isto lhe dava uma posição estratégica, que soube utilizar quando da Revolução Farroupilha: sob seu comando estavam todos os corpos da Guarda Nacional, força especial que havia sido criada em 1832 e cujo oficialato era sempre composto por membros das elites de cada região.

Esse cargo de confiança, entretanto, não impediu que Bento continuasse dando apoio aos seus amigos uruguaios. Foi por isto que, em 1833, foi denunciado como desobediente e protetor do caudilho uruguaio Lavalleja, pelo mesmo homem que o havia indicado para o posto de comandante da Guarda Nacional, o marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto, comandante de Armas da Província.
Chamado ao Rio de Janeiro para se explicar, Bento saiu vitorioso do episódio: não voltou para a província como comandante de fronteira, mas conseguiu do regente padre Feijó - que também defendia idéias liberais - a nomeação do novo presidente da Província, Antonio Rodrigues Fernandes Braga, o mesmo homem que iria derrubar, em 1835, quando deu início à Revolução.
De volta ao Rio Grande, continuou a defender suas idéias liberais, à medida que se afastava de Braga, denunciado pelos farrapos como prepotente e arbitrário. Eleito para a primeira Assembléia Legislativa da província, que se instalou em abril de 1835, foi apontado, logo na fala de abertura, como um dos deputados que planejava um golpe separatista, que pretendia desligar o Rio Grande do Brasil.
A partir desse momento, a situação política na província se deteriorou. As acusações mútuas entre liberais e conservadores eram feitas pelos jornais, as sessões da Assembléia eram tumultuadas. Enquanto isto, Bento Gonçalves articulava o golpe que teve lugar no dia 19 de setembro.

No dia 21, Bento Gonçalves entrou em Porto Alegre. Permaneceu na cidade por pouco tempo, deixando-a para comandar as tropas revolucionárias em operação na província. Exerceu esse comando até dois de outubro de 1836, quando foi preso no combate da ilha do Fanfa (em Triunfo), junto com outros líderes farrapos. Foi então enviado para a prisão de Santa Cruz e mais tarde para a fortaleza de Lage, no Rio de Janeiro, onde chegou a tentar uma fuga, da qual desistiu porque seu companheiro de cela, o também farrapo Pedro Boticário, era muito gordo, e não conseguiu passar pela janela. Transferiram-no então para o forte do Mar, em Salvador. Mesmo preso, sua influência no movimento farroupilha continuou, pois foi eleito presidente da República Rio-Grandense em 6 de novembro de 1836.
Mas, além do apoio farroupilha, Bento contava com o da Maçonaria, de que fazia parte. Essa organização iria lhe facilitar a fuga da prisão, em setembro de 1837. Fingindo que ia tomar um banho de mar, Bento começou a nadar em frente ao forte até que, aproveitando um descuido de seus guardas, fugiu - a nado - em direção a um barco que estava à sua espera.
Em novembro ele regressou ao Rio Grande, tendo chegado a Piratini, a então capital farroupilha, em dezembro, quando tomou posse do cargo para o qual havia sido eleito. Imediatamente, passou a presidência ao seu vice, José Mariano de Mattos, para poder comandar o exército farroupilha.
A partir de então, sua vida seriam os combates e campanhas, embora se mantivesse como presidente. Em 1843, entretanto, resolveu renunciar ao cargo, desgostoso com as divergências que começavam a surgir entre os farrapos. Passou a presidência a José Gomes de Vasconcelos Jardim, e o comando do exército a David Canabarro, assumindo apenas um comando de tropas.
As divisões entre os revolucionários terminaram por resultar em um desagradável episódio. Informado que Onofre Pires, um outro líder farrapo, fazia-lhe acusações, dizendo inclusive que era ladrão, Bento o desafiou para um duelo, no início de 1844. Onofre Pires foi ferido, e morreu dias depois devido a uma gangrena.
Embora tenha iniciado as negociações de paz com Caxias, em agosto de 1844, Bento não iria concluí-las. O clima de divisão entre os farrapos continuava, e ele foi afastado das negociações pelo grupo que se lhe opunha. Desligou-se, então, definitivamente da vida pública. Passou os dois anos seguintes em sua estância, no Cristal e, já doente, foi em 1847 para a casa de José Gomes de Vasconcelos Jardim, onde morreu, de pleurisia, em julho daquele ano.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa)


Aleijadinho

Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) nasceu em Vila Rica no ano de 1730 (não há registros oficiais sobre esta data). Era filho de uma escrava com um mestre-de-obras português. Iniciou sua vida artística ainda na infância, observando o trabalho de seu pai que também era entalhador.

Por volta de 40 anos de idade, começa a desenvolver uma doença degenerativa nas articulações. Não se sabe exatamente qual foi a doença, mas provavelmente pode ter sido hanseníase ou alguma doença reumática. Aos poucos, foi perdendo os movimentos dos pés e mãos. Pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Demonstra um esforço fora do comum para continuar com sua arte. Mesmo com todas as limitações, continua trabalhando na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais. 

Na fase anterior a doença, suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e serenidade. São desta época a Igreja São Francisco de Assis,  Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (as duas na cidade de Ouro Preto). 

Já com a doença, Aleijadinho começa a dar um tom mais expressionista às suas obras de arte. É deste período o conjunto de esculturas Os Passos da Paixão e Os Doze Profetas, da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo. O trabalho artístico formado por 66 imagens religiosas esculpidas em madeira e 12 feitas de pedra-sabão, é considerado um dos mais importantes e representativos do barroco brasileiro. 

A obra de Aleijadinho

A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista.

Morreu pobre, doente e abandonado na cidade de Ouro Preto no ano de 1814 (ano provável). O conjunto de sua obra foi reconhecido como importante muitos anos depois. Atualmente, Aleijadinho é considerado o mais importante artista plástico do barroco mineiro.

Maria Leopoldina da Áustria

Maria Leopoldina
Maria Leopoldina foi arquiduquesa da Áustria, imperatriz do Brasil entre 1822 e 1826, e rainha de Portugal por oito dias, em 1826.
A arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena, que no Brasil iria adotar os nomes de Leopoldina e Maria Leopoldina, era a sexta filha do segundo casamento de Francisco 1o, imperador da Áustria, e 2o da Alemanha (1768-1835) com Maria Teresa de Bourbon-Sicília (1772-1807).
Desde pequena, Leopoldina recebeu uma educação esmerada, adquirindo conhecimentos científicos, políticos, históricos e artísticos, além de aprender idiomas estrangeiros, especialmente o francês. Aos 10 anos ficou órfã de mãe e um ano depois seu pai se casou com Maria Ludovica, que faleceu em 1816. Abalada com a morte da madrasta, Leopoldina sofreu mais duas perdas quando suas irmãs Maria Luisa e Maria Clementina deixaram a pátria para se casar.
No final de 1816, começaram as negociações de seu casamento com o príncipe herdeiro do trono português, Pedro de Alcântara, filho de dom João 6o e Carlota Joaquina. Através desse casamento, Portugal ligaria a Casa de Bragança a uma das mais fortes monarquias europeias, além da possibilidade de se livrar do jugo político da Inglaterra. Já para a Áustria, era a possibilidade de participar do comércio de produtos tropicais.
Em maio de 1817, celebrou-se o casamento por procuração. Em dezembro, dona Leopoldina chegava ao Brasil. Em nove anos de casamento, ficaria grávida nove vezes, com dois abortos e sete filhos, dos quais o mais novo, Pedro de Alcântara (1825-1891), sucederia o pai no trono brasileiro.
Após a Revolução do Porto de 1820, e o regresso de dom João 6o a Portugal em abril de 1821, dom Pedro assumiu como regente. No Brasil, surgiram manifestações de descontentamento, aos primeiros sinais de tentativa de recolonização, com a transferência de importantes setores da administração para Lisboa. Com a mulher, dom Pedro informava-se de muitas coisas da Europa. Além de uma boa visão política, ela era a pessoa que mais podia influenciar o príncipe a renunciar à ideia do retorno a Portugal.
Após amplas manifestações de apoio à permanência do regente, dom Pedro anuncia sua decisão, em 9 de janeiro de 1822, o "Dia do Fico". Em 1º de agosto, declarou inimigas todas as tropas enviadas de Portugal sem o seu consentimento. Com a iminência de uma guerra civil, que pretendia separar a Província de São Paulo do resto do Brasil, no dia 13 de agosto de 1822, dom Pedro passou o poder a Dona Leopoldina, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes legais para governar o país durante a sua ausência e partiu para São Paulo.
Nesse ínterim, a princesa regente recebeu notícias que Portugal estava preparando uma ação contra o Brasil. Sem tempo para aguardar a chegada de dom Pedro, dona Leopoldina, aconselhada pelo ministro das Relações Exteriores, José Bonifácio, reuniu-se na manhã de 2 de setembro de 1822 com o Conselho de Estado, assinando o decreto da Independência, que seu marido oficializou a 7 de setembro, com o célebre grito às margens do Ipiranga.
Apesar do apoio político ao marido, sua vida conjugal foi sempre perturbada pelas constantes relações adúlteras de dom Pedro, que chegou a humilhá-la, nomeando-lhe como dama de companhia sua amante, Domitila de Castro, também agraciada com o título de Marquesa de Santos. Obrigada a conviver com a rival sob o mesmo teto do Palácio de São Cristóvão, cada vez mais deprimida, e grávida pela nona vez, Leopoldina acabou abortando. Dom Pedro ausentou-se por mais de um mês do palácio na ocasião e Leopoldina morreu sem revê-lo.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Marquesa de Santos

Marquesa de Santos


Marquesa de Santos (1797-1867) foi uma aristocrata brasileira e amante de Dom Pedro I. Exerceu Grande influência no governo do primeiro reinado.
Marquesa de Santos (Domitila de Castro Canto e Melo) (1797-1867) nasceu em São Paulo, no dia 27 de dezembro de 1797. Casou-se aos 15 anos de idade com um alferes mineiro Felício Mendonça, com quem teve três filhos e posteriormente consegue a anulação do casamento.
A Marquesa de Santos manteve uma relação amorosa durante sete anos com Dom Pedro I, o Príncipe que proclamou a independência brasileira. A situação provocou polêmica na sociedade da época, pois a marquesa também tomava decisões que influenciaram os rumos políticos, como por exemplo, o exílio de José Bonifácio de Andrada e Silva, que foi levado para a França, por ordem dela.
O imperador Dom Pedro I fez da amante a Dama do Paço, Viscondessa e finalmente, Marquesa de Santos.
A situação fica incontornável quando a imperatriz D. Leopoldina morreu e Dom Pedro se casou com a duquesa de Leuchtemberg, Amélia Beauharnais. A marquesa, que chegou a ter cinco filhos com o D Pedro I, rompeu o romance e casou-se com Rafael Tobias de Aguiar.
A marquesa de Santos faleceu em São Paulo, no dia 3 de novembro de 1867.

Almirante Tamandaré

Almirante Tamandaré


Almirante Tamandaré (1807-1897) foi militar da Marinha do Brasil. Participou de todas as lutas do império, entre elas as "Guerras de Independência", "A Confederação do Equador", "A Guerra contra Oribe e Rosas" e a "Guerra do Paraguai". Recebeu o título de Almirante, o mais alto posto da Marinha. Comandou diversas esquadras. Foi nomeado Patrono da Marinha do Brasil.
Almirante Tamandaré (1807-1897) nasceu na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, no dia 13 de dezembro de 1807. Filho do patrão-mor do porto do Rio Grande, Francisco Marques Lisboa. Joaquim Marques Lisboa, futuro Almirante Tamandaré, e seu irmão mais velho, Manuel, acompanhavam o pai ao trabalho no porto, subiam nos navios e conversavam com os marinheiros. Com sete anos viu seu irmão entrar para a Academia Real. Sua vez só chegou em 1822, com a Proclamação da Independência e a necessidade de contratação de tripulantes para a nova esquadra. No dia 4 de março de 1823, Joaquim apresentou-se ao comandante da fragata Niterói, o inglês John Taylor.
Com a independência, as províncias da Bahia, Maranhão, Pará, Piauí e Cisplatina mantinham-se fieis a Portugal e iniciaram movimentos armados contra a Independência, conhecidos como "Guerra de Independência". No dia 29 de abril, com apenas 16 anos, inicia sua primeira missão para combater os revoltosos na Bahia. Terminado o combate, recebeu elogios do Almirante Cochrane.
De volta ao Rio de Janeiro, em dezembro, matricula-se na Academia da Marinha e inicia um curso de inglês. Em 1824, a Assembléia Constituinte foi dissolvida e várias províncias rebelaram-se. Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba uniram-se e formaram a "Confederação do Equador". Em julho de 1824, Joaquim Marques Lisboa embarcou na nau Pedro I, em direção às províncias rebeladas. Em 1825, o poder imperial estava restabelecido. No dia 2 de fevereiro de 1825, Joaquim era promovido a Segundo-Tenente, tinha apenas dezoito anos.
No sul do país surgia um movimento separatista na "Província Cisplatina". No dia 9 de fevereiro de 1826, Joaquim parte para o combate na nau Niterói, comandada por James Norton. Nas batalhas que enfrentou mostrou habilidade estratégica e recebeu o comando da escuna Constança. No dia 6 de março, junto com 40 homens, ao tentar um ataque por terra, é preso e jogado no porão de um navio, onde ficaram até 30 de março. Levados para o continente, conseguiram fugir em agosto de 1827. Promovido a Primeiro-Tenente passa a servir na corveta Maceió. Em setembro, enfrenta nova missão no sul para atacar os "corsários".
Em abril de 1831, D. Pedro I abdica e durante a Regência surgiram várias rebeliões. A Marinha era peça fundamental para manter a unidade do país. Em setembro, o comandante Joaquim Marques Lisboa vence uma revolta no Recife, e outra no Ceará. Em 1834, estoura a "Cabanagem" em Belém do Pará, e o comandante parte para a nova missão. Em 1936 é promovido a Capitão-Tenente. Em 9 de dezembro de 1837, requer licença para tratamento de saúde.
O Almirante Tamandaré casa-se com sua sobrinha Eufrásia de Lima Lisboa, no dia 19 de fevereiro de 1938, juntos tiveram seis filhos. Pouco depois do casamento foi mandado para Salvador, para lutar na "Sabinada", sufocada em março de 1838. Em seguida combateu na "Revolução Farroupilha", no Rio Grande do Sul. Em 1939, lutou na "Balaiada", no maranhão, onde junto com o presidente da província, o Duque de Caxias, formaram a Divisão Pacificadora do Norte.
Em 1840, aos 32 anos de idade, foi promovido a Capitão de Fragata. Em 1841, passa sete meses em tratamento de saúde e em seguida é encarregado de adaptar a fragata Príncipe Imperial, para quartel dos aprendizes marinheiros. Em 1844 recebe o comando da Divisão Naval do Centro, com sede em Salvador. É promovido a Capitão de Guerra. Foi incumbido por D.Pedro II, de comandar a corveta Dom Afonso. O Capitão de Guerra foi à Inglaterra buscar o navio. Depois de várias aventuras, em 1850, chega ao porto do Recife.
Em 1851, comanda a esquadra imperial nas "Guerras contra Oribe e Rosas". Em 1959, vai com a esposa para a Europa contratar marinheiros e técnicos e encomendar a construção de dez canhoeiras. Deixou a esposa em Paris, para tratamento de saúde e volta ao Rio de Janeiro. Foi nomeado comandante da divisão naval que levaria D. Pedro II e a Imperatriz a Pernambuco, onde acompanhou o monarca na visita ao vilarejo de Tamandaré, um dos centros de reação contra os holandeses. No cemitério estava enterrado seu irmão Manuel. Com permissão do imperador os restos mortais foram levados com honras militares para o Rio.
Em 14 de março de 1860, Joaquim Marques Lisboa recebia o título de "Barão de Tamandaré". Em 1864, começa a mais longa das gueras, a "Guerra do Paraguai". O comandante elabora minuciosamente o plano de ataque. No dia 9 de janeiro de 1867, o Barão de Tamandaré recebe o mais alto posto da Marinha "Almirante Tamandaré". No dia em que completou 80 anos recebeu o título de "Conde" e depois é elevado a "Marquês", recebendo também a "Ordem da Rosa".
Almirante Tamandaré morre no Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1897. No cortejo até o cemitério de São Francisco, o povo consagrou-o como herói. No porto, os navios prestaram-lhe as últimas homenagen